26 agosto, 2010

Viagens em trabalho - Como explicá-las ao seu filho?

É difícil e angustiante, quer para um pai, quer para uma mãe, ter que viajar em trabalho e deixar o seu filho com o outro progenitor ou familiar. É igualmente angustiante para a criança sentir a ausência dos seus pais, ficando com receio do abandono. Se não houver uma boa administração por parte do casal em conciliar trabalho com família, é o suficiente para criar um desequilíbrio emocional entre todas as partes envolventes.

É muito frustrante para qualquer pai não poder dedicar mais tempo aos seus filhos devido ao trabalho, mas as dificuldades económicas assim o obrigam. Tal facto agrava-se quando um dos progenitores tem que fazer viagens frequentes em trabalho.

É de referir que, quanto mais nova é a criança, mais difícil é para os pais aguentar a separação. E se para os pais esta situação é difícil de suportar, para os filhos não é menos doloroso, uma vez que estes ficam com receio que os pais não voltem.
Um dos pensamentos que passa pela cabeça das crianças é de que, se os pais estão tanto tempo fora ou tantas vezes ausentes, é porque não gostam deles. Os pais terão que contrariar tais pensamentos e provar o quanto gostam deles. 
Como tal, é função do outro progenitor demonstrar como esses pensamentos estão errados e assumir, sozinho, o papel de cuidador.
Quando os empregos implicam viagens de trabalho, mesmo que sejam muito poucas, é importante que os pais conversem com os seus filhos sobre isso, explicando a relevância ou importância dessas viagens.
Muitas crianças pedem aos seus pais para não irem, para não viajarem, ou então sugerem ir com eles. Nestes casos, os pais têm que lhes explicar que, se não forem, poderão ser despedidos do trabalho e, dessa forma, ficam sem dinheiro para comer e comprar roupa e brinquedos.
Devem demonstrar que essas viagens são para trabalhar, não são para passear e, que se a criança fosse, não teriam tempo para estar com ela.
No caso de ambos realizarem viagens em trabalho, é fundamental que, enquanto um viaja, o outro adie os seus compromissos profissionais para que a criança não se sinta ainda mais desamparada.
Quando não existe essa possibilidade, o papel da família é fulcral. Os familiares deverão dar todo o apoio necessário a estes pais.

Ansiedade devido à separação
É normal que as crianças experienciem ansiedade e medo quando sabem que vão ficar longe dos seus pais ou outra pessoa com semelhante importância sentimental. O seu maior receio é de que os pais não voltem, sobretudo quando a ausência é de vários dias.
Esta ansiedade devido à separação pode tornar-se extremamente severa e ir além do que é esperado para o desenvolvimento normal da criança, transformando-se em Perturbação de Ansiedade de Separação.
Este tipo de ansiedade é acompanhado de angústia e desaparece progressivamente com o aumento da idade.
As crianças que têm dificuldade em lidar com a separação e ausência dos seus pais poderão desenvolver e apresentar outros sentimentos como ódio, agressividade, inveja, baixa auto-estima, depressão e fraco rendimento escolar.
Como tal, é fulcral que os pais reforcem o que sentem pelos seus filhos e tentem compensar a sua ausência com tempo de qualidade quando estão juntos. Não se deverão esquecer que mais importante que a quantidade é a qualidade.

0 comentários:

Enviar um comentário

Related Posts with Thumbnails