17 março, 2012

Dislexia e diferenças na atividade cerebral



As crianças que estão sob risco de desenvolver dislexia apresentam diferenças na atividade cerebral, captadas por imagens de ressonância magnética, mesmo antes de começarem a aprender a ler, revela um estudo publicado nos Proceedings of the National Academy of Sciences e citado pelo site Alert. O desenvolvimento da dislexia, nos casos em que não é causada por trauma cerebral, afeta entre cinco a dezassete por cento das crianças; uma em cada duas crianças com história familiar de dislexia tenderá a ter problemas com leitura, em soletrar, uma baixa capacidade de descodificação e dificuldade em conhecer palavras fluentemente. Adicionalmente, devido aos problemas em reconhecer e manipular estruturas de som subjacentes às palavras (processamento fonológico), as crianças com dislexia tem dificuldade em associar os sons orais à linguagem escrita.



Neste estudo, os investigadores do Children's Hospital Boston, nos EUA, submeteram 36 crianças em idade pré-escolar, com uma média de idade de cinco anos e meio, a ressonâncias magnéticas funcionais enquanto estas decidiam se duas palavras começavam com o mesmo som. O estudo revelou que as crianças que tinham história familiar de dislexia apresentavam uma redução da atividade cerebral em certas regiões do cérebro, entre os lobos occipital e temporal e entre os lobos temporal e parietal, em comparação com as crianças do grupo de controlo.

Os investigadores constataram que as crianças que apresentavam uma elevada atividade nestas regiões do cérebro, tanto do grupo de controlo como as crianças com risco de dislexia, tinham melhores capacidades de leitura. Por outro lado, as crianças que se encontravam em risco de desenvolver dislexia não apresentavam aumento da atividade no lobo frontal do cérebro, tal como já se tinha verificado para as crianças mais velhas e adultos com dislexia. O que sugere que estas regiões só ficam ativas quando as crianças iniciam a aprendizagem da leitura, pois o cérebro tenta compensar as suas disfunções.

Vários estudos têm demonstrado que as crianças com dislexia têm, muitas vezes, experiências negativas no ambiente escolar, sendo classificados como preguiçosas e desmotivadas. A sua frustração pode conduzir ao aparecimento de comportamentos agressivos, impulsivos e antissociais  e a uma maior probabilidade de abandonar o ensino. «Esperamos que a identificação precoce das crianças que estão sob risco de desenvolver dislexia ajude a reduzir as consequências socias e psicológicas negativas que estas crianças muitas vezes enfrentam», revelou, em comunicado de imprensa, Nora Raschle.

Fonte: Pais&Filhos

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