30 junho, 2010

Eu quero! Eu também quero!

Olham para as montras com olhos gulosos e cobiçam o alheio querendo tudo o que vêem nos seus amiguinhos mais próximos.

A cobiça, ou a ambição de ter, o desejo imoderado e inconfessável de possuir, a avidez. São todas designações que representam algo que a criança procura incessantemente, tal como outros sentimentos como a possessividade ou o ciúme, que fazem parte do ser humano e do próprio desenvolvimento infantil.
As crianças querem tudo o que vêem e se em pequenitas pegam no alheio como se fosse seu, quando mais crescidinhas começam a exigir aos pais o que pretendem, utilizando as mais diversas formas para o conseguirem.

Não é raro ver um pequenito, no parque ou no infantário, guardar um carrinho ou uma boneca de outra criança na sua mochila como se fosse seu. Nesta altura, podem fazê-lo porque não têm a noção do que é seu e do alheio, nem do que é certo e errado na nossa sociedade, sem punição ou reprovação.
Tudo o que lhes agrada é, para elas, seu! Mesmo que a outra criança chore desesperadamente por lhe ter sido retirado, muitas vezes abruptamente, o seu brinquedo, o pequeno "malfeitor" não fica incomodado e parte feliz continuando a dizer "É meu!".
Os pais ficam, em geral, muito preocupados e tentam rapidamente devolver os objectos que o seu filho "surripiou" às outras crianças. Por isso, é aconselhável que os pais quando a criança chega do infantário verifiquem o que traz na mochila.
Todos os objectos "estranhos" devem ser devolvidos no dia seguinte. Em simultâneo, os pais devem falar com a criança, explicando-lhe que ela também não gostaria que qualquer outra amiguinha ficasse, por exemplo, com a sua Barbie.

Do "surripiar" ao exigir
Alguns pais, quando os seus filhos são pequenos, tentam oferecer-lhes tudo o que desejam, quer porque não querem que eles se "sirvam " de algo de um colega, quer porque não estão "prontos" para encarar uma birra da criança quando em frente a uma montra ou a um expositor, lança "Eu quero aquilo!".
Com esta atitude, as crianças habituam-se rapidamente a exigir. Hoje, é o carrinho, amanhã é um novo jogo... Depois de alguns amanhãs, a criança aprende que basta exigir.
Com uma birra, com um olhar ternurento e, mais tarde, como algumas ameaças, vai sempre conseguindo aquilo que quer, cada vez de forma mais persuasiva e manipuladora.
"Se não me comprares aquela mochila não vou à escola", "se não me comprares aqueles ténis não posso fazer a corrida", "não quero o peixe porque vomito. Quero o bife", "quero o ... e o....!".
Este caminho é sempre em "roda livre" e rapidamente os pais ficam "sufocados" pelas exigências das crianças que cobiçam tudo.

Fonte: Sapo Família

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