04 maio, 2010

Enjoos matinais passam de mães para filhas

As filhas de mulheres que experimentaram enjoos matinais intensos durante a gravidez estão três vezes sujeitas à mesma situação, descobriram investigadores noruegueses.

Esta condição, denominada hiperemese gravídica, envolve fortes náuseas e vómitos antes das 22 semanas de gestação e, nos casos mais graves pode levar à perda de peso, tanto pela impossibilidade da grávida se alimentar devidamente como pela perda de nutrientes por via oral. Acontece em cerca de dois por cento das gravidezes e é uma causa comum de hospitalização. Está também relacionada com partos prematuras e baixo peso do bebé.
O novo estudo, publicado no British Medical Journal, sugere uma «forte influência dos genes maternos» no desenvolvimento da hiperemese, revelou o líder da equipa de pesquisadores do Instituto Norueguês de Saúde Pública, Ase Vikanes. «No entanto, influências ambientais na linha materna, a partilha de factores de risco – como os estilos de vida reflectidos no Índice de Massa Corporal –, o tabagismo, infecções e nutrição podem também contribuir para o aparecimento da hiperemese grave», adiantou.
De acordo com Vikanes, esta condição foi, durante muito tempo, entendida como resultado de questões psicológicas «tais como uma rejeição inconsciente da criança ou do parceiro». O que a equipa norueguesa procurou descobrir foi qual a influência dos aspectos genéticos.
Para o estudo, foram coligidos dados de 2,3 milhões de partos ocorridos de 1967 a 2006. Os cientistas analisaram a incidência da hiperemese gravídica em 500 mil pares mãe-filha e 400 mil pares mãe-filho. E descobriram que se a mãe apresentava a condição, a filha tinha três vezes mais hipóteses de também a desenvolver, enquanto que as companheiras dos homens cujas mães tinham tido hiperemese apresentavam dados dentro da média geral.
Ase Vikanes espera que esta descoberta traga novos desenvolvimentos no tratamento da hiperemese, já que «para além de ajudar a esclarecer causas possíveis, os resultados da pesquisa devem ajudar os profissionais de saúde que tratam e aconselham as mulheres que possuem um historial familiar com esta condição».

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