20 maio, 2010

Liga-me!


Ouvir a voz da mãe ao telefone pode ser tão reconfortante como receber um abraço. Investigadores estão surpreendidos por não ser necessário contacto físico para haver a mesma resposta bioquímica do organismo.

Para uma criança que está a precisar de conforto, não há nada como um abraço da mãe. Ou talvez haja: o simples facto de a ouvir, mesmo que seja pelo telefone, desencadeia uma reacção bioquímica no organismo da criança e existe mesmo a libertação de ocitocina. Esta hormona funciona como uma espécie de sedativo natural que reduz os efeitos do cortisol (a hormona do stress).
Pensava-se que era necessário contacto físico para se produzir a hormona do amor (presente no parto e na amamentação), mas investigadores da Universidade de Wisconsin-Madison descobriram agora que a voz da mãe através do telefone produz o mesmo grau de conforto - medido pelos níveis de ocitocina - que um abraço.
Foram envolvidas no estudo 60 raparigas com idades entre os sete e os 12 anos. Tiveram de resolver problemas de matemática e falar para uma audiência de pessoas estranhas, de forma insperada, o que fez disparar os seus níveis de stress.
A seguir, um terço das crianças recebeu, durante 15 minutos, conforto pessoal das mães, que incluiu abraços e contacto físico. Outro grupo esteve 15 minutos a conversar ao telefone com as mães, que estavam longe. De seguida ambos os grupos assistiram a 60 minutos do filme «A Marcha dos Pinguins». O terceiro grupo apenas assistiu ao filme, considerado emocionalmente neutro, durante 75 minutos.
Surpreendentemente, os níveis de ocitocina subiram de igual forma nos dois primeiros grupos. No terceiro grupo não houve qualquer aumento desses níveis.
Quanto aos níveis de cortisol, os dois primeiros grupos chegaram ao fim da experiência com os mesmos níveis da hormona do stress, apesar de as crianças que só falaram com a mãe pelo telefone terem demorado mais tempo a atingir esse valor mínimo. Ambos os grupos tinham níveis bastante mais baixos de cortisol do que as crianças que só assistiram ao filme e não tiveram qualquer tipo de contacto com a mãe.
O artigo foi publicado na edição online da revista científica Proceedings of the Royal Society B

Fonte: IOL Mãe

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